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DC Comics promete reformular seu universo de novo
Desde os anos 30 em atividade, como a
fusão de diversas pequenas editoras numa única empresa, que cresceu e
evoluiu com o passar do tempo, a editora norte americana DC Comics está
prestes a recriar seu próprio universo de personagens de quadrinhos,
numa jogada de risco que pode levantar a empresa ou derrubar de vez. A
DC batizou a estratégia como Rebirth, ou renascimento. Poucas
informações foram divulgadas sobre o mega evento previsto para ter
início em maio, em todas as revistas da editora. Vamos conhecer as
versões reimaginadas de personagens icônicos como Superman, Mulher
Maravilha, Batman, Shazan, Lanterna Verde, Aquaman, Cyborgue, entre
tantos outros do popular Universo DC, no rastro da estréia de Batman Vs
Superman – A Origem da Justiça. Um filme estratégico para reposicionar
os personagens clássicos da editora em diversas adaptações para as
telas.
Segundo os editores, a nova fase não se
trata de “reboot” (ou recriação) do universo iniciado em 2011, conhecido
como os Novos 52, referente as 52 revistas em quadrinhos relançando
seus personagens. Entretanto, no contexto de queda de vendas das atuais
revistas da editora e do baixo apelo do novo universo junto aos novos
leitores, fica evidente que o Rebirth pode ser um reboot disfarçado, com
direito a relançamento das revistas, com nova numeração e substituições
em suas equipes criativas. A ideia é resgatar os personagens para suas
essências clássicas, como ocorreu nos especiais Lanterna Verde –
Renascimento (2004) e Flash – Renascimento (2009), de Geoff Johns, com
arte de Ethan Van Sciver. Todos os títulos serão relançados a partir do
número um, com exceção de Action Comics (Superman) e Detective Comics
(Batman), as revistas mais antigas da editora que vão retornar a
sua numeração original (# 957 e # 934, respectivamente), com
periodicidade quinzenal e preço abaixo do praticado atualmente no
mercado norte-americano. Traduzindo, os editores remodelam o que não deu
certo e pegam os títulos que ainda vendem, com um preço mais baixo,
apesar de ser quinzenal. Ou seja, na soma das duas edições quinzenais,
na verdade, sairá mais cara do que uma edição mensal. Eles pretendem
aproveitar a suposta onda de interesse de novos leitores a partir
sucesso do filme Batman Vs. Superman. É muita responsabilidade para um
filme apenas. Entretanto, a estratégia da editora está longe de ser uma
novidade. Desde a impactante reestruturação da DC Comics nos anos 80,
tomando por base a mega saga Crise nas Infinitas Terras, escrita
por Marv Wolfman, com arte de George Perez, a editora segue esse caminho
todas as vezes em que enfrenta crises mercadológicas. Muitos leitores
da DC Comics já consideram as Crises nas Infinitas Crises, porque
aqueles que acompanham as sagas da Editora acompanharam sagas como Zero
Hora (1994), Crise Infinita (2005), Crise Final (2008), Ponto de Ignição
(2011), entre tantas outras crises. Esse Rebirth é mais um no histórico
da DC Comics. Só não sabemos quanto tempo deve durar. Só até a próxima
crise.