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ENTRE LINHAS DA HISTÓRIA: A força de Olga Benário e a influência nazista no Brasil
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16:31
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Histórias
Ontem foi dia de lembrar a morte da militante comunista Olga Benário. Em
23 de abril de 1942, ela foi assassinada em uma câmara de gás com mais
199 prisioneiras do regime nazista. Judia e esposa do revolucionário
Luís Carlos Prestes, foi entregue pelo governo brasileiro aos alemães em
1936. Saiu do Brasil grávida de sete meses. Apesar dos protestos, o
presidente Getúlio Vargas não decretou indulto e Olga foi torturada e
deportada.
Depois de entregue à Gestapo, a polícia política de Hitler, ela foi
enviada para um campo de concentração, onde deu à luz Anita Leocádia
Prestes. A menina foi resgatada da Alemanha por sua avó, Leocádia, e sua
tia. Viveu até os 8 anos no México e só conheceu o pai e o Brasil em
1945, quando acabou a ditadura Vargas.
Jovem guerreira
De família judaica, Olga nasceu em Munique, na Alemanha, em 1908.
Desde muito jovem se interessou pelo movimento comunista e aos 18 anos
já militava no Partido Comunista alemão. Força e resistência eram duas
características da moça. Ela falava quatro idiomas, sabia pilotar
aviões, saltar de pára-quedas e era uma amazona habilidosa.
Seu caminho se cruzou com o do brasileiro revolucionário Luís Carlos
Prestes em 1931. Ele estava na União Soviética
estudando marxismo-leninismo e trabalhava como engenheiro. Olga tinha
fugido para o país e participava da Internacional Comunista. Por conta
de suas habilidades, foi destacada para fazer parte do grupo de
estrangeiros que acompanhou Prestes em seu retorno ao Brasil. Juntos,
eles liderariam a Intentona Comunista no Brasil, uma revolta de cunho
político e militar que tentou derrubar Getúlio Vargas, mas não teve
sucesso.
Nazismo no Brasil
Durante o governo Vargas, o Brasil deu sinais de simpatia ao nazismo.
Em 1936, policiais e militares brasileiros visitaram a Alemanha, onde
treinaram com a Gestapo. Em retribuição, o governo brasileiro entregou a
eles comunistas e judeus alemães residentes no Brasil,
como Olga Benário, Erna Krüger, Elise e Arthur Ewert. Naquele momento,
parecia que Getúlio estava muito mais próximo de apoiar o Eixo que os
Aliados, na guerra que se aproximava e que começaria em 1939.